A ciência do mundo não lhe viu as mãos
augustas e sábias
Na intimidade das energias
Que vitalizam o organismo do Globo.
Substituíram-lhe a providência com a
palavra "natureza",
Em todos os seus estudos e análises da
existência,
Mas o seu amor foi o Verbo da criação do
princípio,
Como é e será a coroa gloriosa
Dos seres terrestres na imortalidade
sem-fim.
E quando serenaram os elementos do mundo
nascente,
Quando a luz do Sol beijava, em silêncio,
A beleza melancólica dos continentes e
dos mares primitivos,
Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes
divinos do seu pensamento.
Viu-se, então, descer sobre a Terra,
Das amplidões dos espaços ilimitados,
Uma nuvem de forças cósmicas,
Que envolveu o imenso laboratório
planetário em repouso.
Daí a algum tempo, na crosta solidificada
do planeta,
Como no fundo dos oceanos,
Podia-se observar a existência de um
elemento viscoso
Que cobria toda a Terra.
Estavam dados os primeiros passos no
caminho da vida organizada.
Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe
o protoplasma
E, com ele, lançara Jesus à superfície do
mundo
O germe sagrado dos primeiros homens.